O Estado realizou ontem a primeira emissão de Obrigações do Tesouro deste ano, ao colocar 1.249 milhões de euros de dívida pública a leilão e obteve uma procura superior à oferta.Os juros das obrigações a 10 anos estiveram em destaque porque desceram 6,716%, ficando abaixo do registo anterior, a 10 de Novembro, com uma taxa de 6,806%.
Numa conferência de imprensa para comentar a emissão, o Ministro das Finanças disse que o resultado do leilão foi "um sucesso" e que, por isso, "não há necessidade de recorrer a ajuda externa". Portugal está sob pressão para accionar o Fundo de Estabilização Europeu.
Teixeira dos Santos informou ainda que 80% da procura veio do exterior e os outros 20% de investidores domésticos.
O governante fez saber que "a procura triplicou a oferta, o que é um recorde para Portugal" e, portanto, não vê razão para o país abandonar a estratégia de financiamento no mercado e garantiu que o Governo vai voltar a realizar vendas directas de dívida soberana.
Lá fora...
... Imprensa internacional reage de forma positiva
Financial Times afirma que a emissão foi conseguida com sucesso
El País diz que assim o risco de contágio dos problemas pode diminuir
The Wall Street Journal escreve que o leilão "acalma os nervos
... CE e Alemanha acreditam que é bom sinal
O presidente da Comissão do Parlamento Europeu para a Crise, Wolf Klinz, defendeu que Portugal "não precisa de recorrer, por agora, a ajuda internacional" e que se "as medidas implementadas" pelo governo forem bem sucedidas, é um bom sinal para os mercados.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o leilão de dívida português "correu muito bem" e que está "optimista" que a Europa consiga vencer a crise. Para isso, basta seguir uma "cultura de estabilidade".
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